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Aprendizagem demão de tinta

A aprendizagem é como uma demão de tinta na parede. Precisa de algumas para que mostre o seu real valor.

É comum acreditar que se aprende algo de uma vez, vou assistir um tutorial e aprender, mas a aprendizagem tem o seu tempo e método. O aluno não aprende de primeira, o professor após uma aula brilhante terá que se repetir.

1 – Precisa de tempo! Assim como uma semente jogada no solo fértil precisará de tempo para se desenvolver, se transformar em árvore e com a maturidade, dar bons frutos.

2 – Precisa de rotina, repetição. É importante repetir. Pense numa espiral ascendente, em dar voltas numa espiral, a cada volta estamos repetindo o caminho, mas rumo a uma posição superior. É como se o mesmo conceito fosse visto repetidas vezes em tempos diferentes.

Pode-se pensar que a repetição é “chover no molhado”, ou seja, já aprendi isso, para que repetir? Mas na verdade, a repetição é como uma demão de tinta. Para cobrir bem as manchas de desconhecimento, as manchas da ignorância é necessário, dar uma demão, aguardar o tempo para aquela tinta do saber secar e então dar outra demão para cobrir bem e exibir as gloriosas cores do saber.

A repetição da aprendizagem vai sempre encontrar um ser novo, hoje você é alguém diferente do que foi ontem, hoje você conhece, sabe mais das coisas, está mais desenvolvido. Assim, ao reler um mesmo livro, por exemplo, a pessoa quem lê, já não é mais a mesma da primeira leitura, é alguém que possui um entendimento maior das coisas. Talvez, muito do que antes não entendia, fará sentido agora.

Voltando à analogia da nossa semente em solo fértil, um balde de água todos os dias, pode até mesmo ser muita água e matar a plantinha afogada. Tem que começar aos poucos pois o poder de absorção ainda é pequeno. Mas esse mesmo balde de água do saber, nesta plantinha mais desenvolvida, pode até mesmo ser pouco e ela pedir ainda mais.

Acabei misturando crescimento de planta com demão de tinta na parede, mas espero que tenha ficado claro e que você tenha gostado. Obrigado por ler-me até aqui.

Professor, faça de sua aula uma bela pintura!

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Arquivado em #2019

Novos rumos da Educação

Estou aqui eu,
um mero professor.
Tetando ganhar a vida,
também como educador.

Pretendo subir mais um degrau,
mas é cada vez mais difícil,
faço mestrado para ganhar um grau,
nesse imenso edifício.

Tenho me deparado com bons alunos,
o que muito tem me encantado.
Mas dói o coração, ao ver aquele
que não sai do chão ou fica entocado.

Saia da toca!
E venha crescer,
deixe a sabedoria de Deus
em ti florescer.

Como instrutor técnico no Senai/SC, dando aulas de programação, o meu contato com a tecnologia é de quase 32 horas por dia.

Tenho reparado na internet as grandes iniciativas para se ensinar essa arte do século 21 que é a programação. Como a matemática e ciências eram restritas a poucos há alguns séculos atrás, a programação de computadores também ainda é restrita, mas levará menos de uma década para que seja disciplina curricular para crianças na fase de alfabetização.

Um não tão novo sistema é muitíssimo interessante, o qual eu assino embaixo! Funciona como a graduação nas artes marciais. Cada um recebe medalhas ou graus de acordo com suas próprias conquistas e vai subindo de nível a medida que vai conquistando esses graus.

Imagine que em uma sala de aula “homogenia” ou seja, todos na mesma série ou ano, reina a mais completa heterogeneidade, mas isso não tem como ser levado em consideração, a faca da avaliação é igual para todos. Avaliar de forma igual as diferenças é proporcionar igualdade?

Eu sei e entendo que isso leva às mais acaloradas discussões filosóficas, e não é esse o meu propósito.

Mas imagine que em um DOJO* existem juntos diversos níveis de alunos, todos devidamente identificados com suas faixas coloridas e graus, interagindo entre si, os mais fortes certos de sua condição, buscam o nível superior e auxiliam os mais fracos, já os mais fracos, também certos de sua condição, sem se acanharem pois conhecem a trajetória necessária para se alcançar os níveis superiores, persistem em seu caminho enquanto dão oportunidade aos mais fortes de apresentar suas novas técnicas. Isso funciona muito bem nas artes marciais há centenas de anos.

E é exatamente isso que vem acontecendo e ganhando muita força nos últimos anos, pelo menos no ensino da programação!

Também é como um grande jogo educacional, onde o estudante enfrenta seus desafios e vai se tornando cada vez mais forte, depende só de si, mas a ajuda da comunidade e sua participação são fundamentais.

Exemplos disso temos o artigo recém publicado “Tornando-se um mestre PHP

Iniciativa que estimula a abertura de “dojos” locais para o ensino de programação à crianças: http://zen.coderdojo.com/

Ganhar medalhas e aprender a programar em diversas linguagens tais como Javascript, Ruby, PHP, CSS e HTML são propostas da Academia do código: http://www.codecademy.com/

Code.org, uma iniciativa apoiada pelas figuras mais ilustres do mundo da informática.

E para quem quer desenvolver sua própria trilha educacional, o Projeto Mozilla apóia e desenvolve o sistema de Open Badges. Seria algo como medalhas ou graus livres, assim, você pode usar toda estrutura de coleção de medalhas do Mozilla bastando apenas se concentrar no conteúdo e atividades.

Esses são poucos exemplos da maravilha educacional que está por vir!

Cabe ressaltar que o papel do educador jamais desaparecerá, é uma necessidade inerente ao ser humano ter alguém para lhe ensinar, ensino e aprendizagem são faces de uma mesma moeda, e até mesmo o dito auto-didata na verdade se apóia em obras realizadas por outras pessoas, Newton deixou isso muito bem claro quando disse que chegou às suas conclusões “apoiado em ombros de gigantes“.

Portanto educadores, animem-se! A tradição centenária das artes marciais aliada à mais nova tecnologia está trazendo um pouco de evolução aos métodos de ensino.

* DOJO – Espécie de sala de treinamento 

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Arquivado em 2013, Artigos, Dicas, Indicação

O mundo essencialmente espiritual e as crianças no playground

Vivemos imersos num mundo essencialmente espiritual e como é bom saber disso.

Também como é bonito e alegre observar as crianças brincando no playground, distraídas, indo e vindo, gritando, pulando, caíndo e se machucando, levantam-se mais uma vez sempre, sacodem a poeira e voltam a correr.

Poucas percebem o mundo à sua volta, poucas se dão conta dos pais que ali estão observando e zelando por suas queridas crianças. Nem imaginam todo o trabalho e empenho necessários para se levar um filho ao playground. Não passa pela cabeça delas, pela pequena ideia que fazem do mundo, toda a engenharia e sabedoria necessária para se construir o playground, as leis da física que regem um escorregador, o movimento do pêndulo que faz um balanço, as diferentes proporções em cima de uma gangorra, o custo para se preservar flores tão belas nos jardins floridos. As crianças simplesmente brincam.

Mas como seria tentar explicar sobre a lei da gravidade para uma criança de 5 anos, falar sobre a responsabilidade de preservar o ambiente do parquinho para uma criança de 2 anos? Aff, deixa isso para lá. Deixe que apenas brinquem e nós adultos fazemos o restante. Filho não corre senão tropeça e cai, filha desce daí se cair pode se machucar, meu filho brinca ali com aquele novo coleguinha ele parece querer brincar, filha olha essa coleguinha quer brincar com você… Mas nem todas as crianças ouvem os bons conselhos de seus pais, estão por demais entretidas em seu mundinho, nem dão bola para os bons conselhos protetores.

E assim somos nós no mundo essencialmente espiritual, como crianças brincando no parquinho.
Acreditamos no que vemos, e o pior é que alguns apenas no que veem.

Porém nosso mundo é essencialmente espiritual. Não é um mundo material em paralelo, mas sim um mundo essencialmente espiritual, estamos imersos no mundo espiritual, cobertos dos pés à cabeça por um emaranhado de energias e ondas das mais variadas espécies, que nós inadivertidamente influenciamos e somos por elas influenciados. Sem muitas vezes nos darmos conta disso.

Seria tolice creditar tudo ao acaso!

Existe sabedoria e engenharia espiritual por trás de cada detalhe de nossas vidas, do nascimento à morte do corpo físico, do planejamento de toda uma vida antes de nascermos à contabilidade final quando desencarnamos.

Vivemos não como marionetes manipuladas por seres espirituais, mas sim como crianças que brincam no playground da vida terrena, sem nos darmos conta das leis que regem esse universo, poucos ouvem os bons conselhos protetores, poucos entendem o motivo de uma árvore estar onde está, ou do vento soprar para cá ou para lá.

Nossos pais espirituais, também conhecidos como anjo da guarda, espirito guardião, mentor espiritual, não se importam com nossa indiferença pois sabem que ainda somos apenas crianças, que mesmo se quiséssemos compreender, não teríamos maturidade suficiente para tal.

Assim sendo, que tal continuarmos nossa brincadeira, enquanto não somos chamados para deixar o playground e voltarmos para o lar.

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